Carolina Marrey nauhardt
SITUAÇÃO
DE APRENDIZAGEM DE COMPREENSÃO LEITORA
“MEU
PRIMEIRO BEIJO”, de Antonio Barreto
8º
e 9º ano do Ensino Fundamental
Abaixo seguem questões /
atividades para diferentes etapas de uma situação de aprendizagem
com foco em leitura, a partir de estratégias explicadas por Roxane
Rojo em “Letramento e capacidades de leitura para a cidadania”
(São Paulo: SEE: CENP, 2004)
ETAPA
1 - ANTES DA LEITURA
Olá
alunos. Vamos iniciar uma conversa sobre o texto “Meu primeiro
beijo”, de Antonio Barreto. Para isso vamos pensar sobre algumas
questões:
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
ATIVAÇÃO DE
CONHECIMENTOS DE MUNDO:
previamente
à leitura
ou durante
o ato de ler,
o leitor está constantemente colocando em relação seu conhecimento
amplo de mundo com aquele exigido e utilizado pelo autor no texto.
Caso esta sincronicidade falhe, haverá uma lacuna de compreensão,
que será preenchida por outras estratégias, em geral de caráter
inferencial.
1)
Conversar e perguntar sobre o que o título “Meu primeiro beijo”
sugere.
a) Com
quantos anos costuma acontecer o primeiro beijo?
b) Isso
sempre foi assim?
c) O
que você acha que a sua avó pensava sobre o primeiro beijo?
d) E
você, se lembra de como aconteceu o seu primeiro beijo?
e)
Quando um beijo deve ser dado?
f)
Como e com quem deve ser um primeiro beijo?
ANTECIPAÇÃO
OU PREDIÇÃO de conteúdos
ou propriedades dos textos porque o leitor não aborda o texto como
uma folha em branco: a partir da situação de leitura, de suas
finalidades, da esfera de comunicação em que ela se dá; do suporte
do texto (livro, jornal, revista, outdoor etc.); de sua disposição
na página; de seu título, de fotos, legendas e ilustrações, o
leitor levanta hipóteses tanto sobre o conteúdo como sobre a forma
do texto ou da porção seguinte de texto que estará lendo. Esta
estratégia opera durante toda a leitura e é também responsável
por uma velocidade maior de processamento do texto, pois o leitor não
precisará estar preso a cada palavra do texto, podendo antecipar
muito de seu conteúdo. Como dizia Frank Smith (1989), trata-se de um
“jogo de adivinhação”.
2)
O que o título sugere? O que pode abordar este texto?
3)
Em um texto como este, o que pode acontecer? Pense em personagens,
fatos e cenário. [Nesta
questão, um aluno, indicado pelo professor, vai até a lousa e fica
responsável por anotar as hipóteses levantadas pela classe (que
serão verificadas com a leitura do texto)].
4)
Já leu algum texto de Antonio Barreto? [Neste
momento o professor pode falar um pouco da vida e da obra do autor.]
Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Tem prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infantojuvenil. Entre eles Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro - três vezes, oito vezes indicado), Bolsa Vitae de Literatura, Prêmio Remington, Bienal Nestlé de Literatura, Prêmio Minas de Cultura, Prêmio Nacional de Contos do Paraná, Prêmio “Guimarães Rosa” de romance, Prêmio “Emílio Moura” de poesia, Prêmio “Cidade de Belo Horizonte” - poesia e contos, Prêmio “João-de-Barro” de literatura infantil e juvenil, Prêmio “Carlos Drummond de Andrade” e “Manuel Bandeira” de poesia, UBE (SP), UBE (PE), UBE(RJ); Prêmio “Henriqueta Lisboa”, Prêmio “Petrobrás” de Literatura, Prêmio Nacional de Literatura/UFMG, Prêmio Bienal do Livro de BH, Prêmio Bienal Internacional do Livro de SP, Prêmios de “Leitura Altamente Recomendável” para crianças e jovens/FNLIJ-RJ. Atualmente coordena a Coleção “Para Ler o Mundo”, juntamente com Graça Sette, Maria Angela Paulino, da Scipione.
Principais
obras publicadas:
- Poesia: O sono provisório (Francisco Alves, 78); Vastafala (Scipione, 88).
- Contos: Os ambulacros das holotúrias/Reflexões de um caramujo (UFMG, 90/93).
- Romance: A barca dos amantes (Lê, 90); A guerra dos parafusos (José Olympio, 93).
- Infantis e Juvenis: Lua no varal e Isca de pássaro é peixe na gaiola (Miguilim, 87, 89); A noite é um circo sem lona (Record, 87); Livro das simpatias (RHJ, 90); Bombeiros do sol, com Graça Sette (José Olympio, 97); Brincadeiras de anjo, Tem um avião lá fora, O velho pássaro da lua e Balada do primeiro amor (FTD, 87, 87, 96, 97).
- Crônicas: Transversais do Mundo (Lê, 99)
ETAPA
2 – DURANTE A LEITURA
5)
Agora vamos fazer a leitura do texto. [A
sugestão é que o professor forme duplas para a leitura do texto.
Enquanto um aluno lê o texto em voz alta, o outro verifica quais as
hipóteses sugeridas pela classe. Os agrupamentos serão feitos com
um aluno com mais dificuldade e outro com menos dificuldade. A
leitura será feita pelo aluno com menos dificuldade; e o aluno com
mais dificuldade ficará responsável pela checagem das hipóteses.
Após o exercício, o professor fará a checagem das hipóteses na
lousa, com a participação de todos os alunos, como um debate.]
CAPACIDADES
DE COMPREENSÃO
CHECAGEM
DE HIPÓTESES: Ao
longo da leitura, o leitor
estará checando constantemente essas suas hipóteses, isto é,
confirmando-as ou desconfirmando-as e, conseqüentemente, buscando
novas hipóteses mais adequadas. Se assim não fosse, o leitor iria
por um caminho e o texto por outro.
ETAPA
3 (EM DIANTE) – DEPOIS DA LEITURA
CAPACIDADES
DE DECODIFICAÇÃO
Compreender
DIFERENÇAS ENTRE ESCRITA E
OUTRAS FORMAS GRÁFICAS;
dominar as convenções gráficas; conhecer a natureza alfabética do
nosso sistema de escrita; dominar as relações entre grafemas e
fonemas; saber decodificar palavras e textos escritos; saber ler
reconhecendo globalmente as palavras; ampliar a sacada do olhar para
porções maiores do texto que meras palavras, desenvolvendo fluência
e rapidez de leitura
ETAPA 4 –
LOCALIZAÇÃO E/OU CÓPIA DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
Em certas práticas de
leitura (para estudar, para trabalhar, para buscar informações em
enciclopédias, obras de referência, na Internet), o leitor está
constantemente buscando e localizando informação relevante, para
armazená-la – por meio de cópia, recorte-cole, iluminação ou
sublinhado – e, posteriormente, reutilizá-la de maneira
reorganizada. É uma estratégia básica de muitas práticas de
leitura (mas
não de outras, como a leitura de entretenimento ou de fruição),
mas também não opera sozinha, sem a contribuição das outras que
estamos comentando.
6) Quem é o narrador da
história?
7) Quais os personagens
da história?
8) Onde se passa a
história?
9) Para encontrar uma
informação local do texto, identifique: o
espaço e tempo do momento do beijo
da personagem.
10) Para encontrar uma
informação global do texto, explique a(s) temática(s).
11) Compare os dois
trechos a seguir e explique como eles podem demonstrar a mudança de
sentimento das personagens:
“Estávamos virgens no
assunto, e morrendo de medo”
“Até que o mundo
rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo ...”
ETAPA 5: COMPARAÇÃO
DE INFORMAÇÕES
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
Ao longo da leitura, o
leitor está constantemente comparando informações de várias
ordens, advindas do texto, de outros textos, de seu conhecimento de
mundo, de maneira a construir os sentidos do texto que está lendo.
Para atividades específicas, como as de resumo
ou síntese
do texto, esta comparação é essencial para medir relevância das
informações que deverão ser retidas.
12) Vamos contar
oralmente a história, com a participação de todos. [Aqui
o professor pede para que um aluno inicie, depois, cada um pode ir
contando uma parte, até a conclusão da narrativa]
13) O primeiro beijo da
personagem desta história foi inesquecível. Por quê? Pense como
foi. Agora converse com seus colegas e discuta se o primeiro beijo é
sempre inesquecível.
ETAPA 6:
GENERALIZAÇÕES
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
São conclusões gerais
sobre fato, fenômeno, situação, problema, etc. após análise de
informações pertinentes. Uma das estratégias que mais contribui
para a síntese resultante da leitura é a generalização exercida
sobre enumerações, redundâncias, repetições, exemplos,
explicações etc. Ninguém guarda um texto fielmente na memória.
Podemos guardar alguns de seus trechos ou citações que mais nos
impressionaram, mas em geral armazenamos informações na forma de
generalizações responsáveis, em grande parte, pela síntese.
14) Considerando o
trecho: “as contas do telefone aumentaram, depois diminuíram ... e
foi ficando isso.” O que podemos sugerir sobre a relação entre o
tempo e a paixão?
15) A partir da história
contada pelo texto, o que podemos concluir sobre a idealização do
primeiro beijo e as paixões adolescentes?
16) Como a linguagem do
texto foi elaborada? Qual o tratamento dado a ela? Analise-a a partir
dos exemplos abaixo:
“ _
Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia?”
“ _
Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão.”
ETAPA 7: PRODUÇÃO
DE INFERÊNCIAS LOCAIS
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
No caso de uma lacuna de
compreensão, provocada, por exemplo, por um vocábulo ou uma
estrutura desconhecidos, exerceremos estratégias inferenciais, isto
é, descobriremos, pelo contexto imediato do texto (a frase, o
período, o parágrafo) e pelo significado anteriormente já
construído, novo significado para este termo até então
desconhecido.
17) Qual o significado
de “perdigotos” (10º parágrafo) no texto?
ETAPA 8: PRODUÇÃO
DE INFERÊNCIAS GLOBAIS
CAPACIDADES DE
COMPREENSÃO
Nem tudo está dito ou
posto num texto. O texto tem seus implícitos ou pressupostos que
também têm de ser compreendidos numa leitura efetiva. Para fazê-lo,
o leitor lança mão, ao mesmo tempo, de certas pistas que o autor
deixa no texto, do conjunto da significação já construída e de
seus conhecimentos de mundo, inclusive lógicos.
18) Por que o rapaz é
chamado de “cultura inútil” (1º parágrafo)? Qual o sentido
desta expressão no texto?
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
ETAPA 9:
RECUPERAÇÃO DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO TEXTO
Para interpretar um texto
discursivamente, é preciso situá-lo: Quem é seu autor? Que posição
social ele ocupa? Que ideologias assume e coloca em circulação? Em
que situação escreve? Em que veículo ou instituição? Com que
finalidade? Quem ele julga que o lerá? Que lugar social e que
ideologias ele supõe que este leitor intentado ocupa e assume? Como
ele valora seus temas? Positivamente? Negativamente? Que grau de
adesão ele intenta? Sem isso, a compreensão de um texto fica num
nível de adesão ao conteúdo literal, pouco desejável a uma
leitura crítica e cidadã. Sem isso, o leitor não dialoga com o
texto, mas fica subordinado a ele.
19) a) Em qual obra este
texto foi publicado?
b) Quais capítulos
antecedem e sucedem este texto?
c) Quem é o autor? O que
ele costuma escrever?
d) Qual o público alvo
para esta obra?
ETAPA 10: DEFINIÇÃO
DE FINALIDADES E METAS DA ATIVIDADE DE LEITURA
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Todo o controle do
processo de leitura, da ativação de estratégias ou do exercício
de capacidades está subordinado às metas ou finalidades de leitura
impostas pela situação em que o leitor se encontra. Ler para
estudar, trabalhar, entreter-se, fruir esteticamente do texto, buscar
informação, atualizar-se, orientar-se. Não há leitura, a não
ser, por vezes, a leitura escolar, que não seja orientada a uma
finalidade da vida.
ETAPA 11: PERCEPÇÃO
DE RELAÇÕES DE INTERTEXTUALIDADE
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
No nível temático: Ler
um texto é colocá-lo em relação com outros textos já conhecidos,
outros textos que estão tramados a este texto, outros textos que
poderão dele resultar como réplicas ou respostas. Quando esta
relação se estabelece pelos temas ou conteúdos abordados nos
diversos textos, chamamos a isso intertextualidade.
20) Em que outros locais
ou situações vocês já viram discussões sobre a temática do
primeiro beijo?
21) Leia o texto abaixo:
- O que acontece no primeiro quadro?
- O que poderemos ter depois? Quais os indícios que levam a pensarmos isto?
- O que acontece no segundo quadrinho? O que teremos no terceiro?
- O que aconteceu no terceiro?
- Como podemos identificar uma narrativa? Quais elementos estão presentes neste texto que levam a esta constatação?
- O que aconteceu com o sapo? E com a Magali?
- Compare o semblante dela no primeiro e no último quadrinho. Qual sentimento(s) revela? Há mudanças? Explique.
- Percebemos que há passagem de tempo? Como está demarcada?
- Por que há humor? O que gera o riso?
- A qual gênero textual pertence? Quais suas características? Sua função?
- É possível notar, pela leitura, uma relação de intertextualidade. Qual é?
- A história parece ser atualizada. De que forma?
- Como o beijo está representado? Compare com o texto gerador que lemos em aulas anteriores.
22) Agora ouviremos a
música “Já sei namorar” dos Tribalistas. Quais semelhanças
existem entre a letra da música e o texto lido?
Já Sei Namorar
Tribalistas
Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta
sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora só me falta sair
Não tenho paciência
pra televisão
Eu não sou audiência
para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu
também
Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora só me falta
ganhar
Não tenho juízo
Se você quer a vida em
jogo
Eu quero é ser feliz
Não tenho paciência
pra televisão
Eu não sou audiência
para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu
também
Tô te querendo
Como ninguém
Tô te querendo
Como Deus quiser
Tô te querendo
Como eu te quero
Tô te querendo
Como se quer
23) A partir da
comparação da linguagem predominante nos três textos, compare-as e
apresente suas principais características. A que gênero discursivo
eles pertencem? Quais suas funções? Como o tema é abordado?
24) Sugestão de filmes:
Meu Primeiro Amor
(1991; dirigido por Howard Zieff; com Anna Chlumsky, Macaulay Culkin,
Dan Aykroyd)
Falando grego
(2009; dirigido por Donald Petrie; com Nia Vardalos, Richard
Dreyfuss, Maria Adanez, Sheila Bernette, Maria Botto, Rachel Dratch,
Alexis Georgoulis)
A verdade nua e crua
(2009; dirigido por Robert Luketic; com Katherine Heigl, Gerard
Butler, Bree Turner)
ETAPA 12: PERCEPÇÃO
DE RELAÇÕES DE INTERDISCURSIVIDADE
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
No nível do discurso:
Perceber um discurso é colocá-lo em relação com outros discursos
já conhecidos, que estão tramados a este discurso. Quando esta
relação se estabelece, então, num dado texto, como por exemplo,
nas paródias, nas ironias, nas citações, falamos de
interdiscursividade.
ETAPA
13: PERCEPÇÃO DE OUTRAS LINGUAGENS
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Percepção de outras
linguagens
(imagens, som, imagens em movimento, diagramas, gráficos, mapas
etc.) como elementos constitutivos dos sentidos dos textos e não
somente da linguagem verbal escrita.
ETAPA
14: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES ESTÉTICAS E/OU AFETIVAS
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Ao ler, replicamos ou
reagimos ao texto constantemente: sentimos prazer, deixamo-nos
enlevar e apreciamos o belo na forma da linguagem, ou odiamos e
achamos feio o resultado da construção do autor; gostamos ou não
gostamos, pelas mais variadas razões. E isso pode, inclusive,
interromper a leitura ou levar a muitos outros textos.
25) Leia as imagens
abaixo. Como elas se relacionam com a nossa realidade? O que elas
expressam? A qual contexto histórico nos remetem? Como se dá o
pensamento da humanidade ao longo dos anos?
Francesco
Hayez – Séc XIX
Antes
dessa imagem não se via com frequência registros de beijos na
arte ocidental
|
Fotografia
famosa de beijo no final da Segunda Guerra Mundial em Nova Iorque
|
ETAPA
15: ELABORAÇÃO DE APRECIAÇÕES RELATIVAS A VALORES ÉTICOS E/OU
POLÍTICOS
CAPACIDADES DE
APRECIAÇÃO E RÉPLICA DO LEITOR EM RELAÇÃO AO TEXTO –
INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO
Elaboração de
apreciações
relativas a valores éticos e/ou políticos:
Mas também discutimos com o texto: discordamos, concordamos,
criticamos suas posições e ideologias. Avaliamos os valores
colocados em circulação pelo texto e destes, são especialmente
importantes para a cidadania, os valores éticos e políticos. Esta
capacidade é que leva a uma réplica crítica a posições assumidas
pelo autor no texto.
26) Leia a tirinha abaixo
e faça um debate com os colegas:
- O que dá o tom de humor à tira?
- Qual a crítica feita pela Mafalda?
27) Leia o texto: “7
FATOS SOBRE O BEIJO”, da Revista Capricho.
7 FATOS SOBRE O
BEIJO
Na Grécia Antiga, nível
social determinava onde seria o beijo
Na Grécia dos anos 300 a.C.,
pessoas da mesma classe podiam se beijar no rosto ou na boca, mas se
fosse alguém de status superior era mais indicado um beijo na mão.
Também se beijava deuses gregos por meio de obras de arte: as
pessoas esfregavam as pontas dos próprios dedos nos lábios e
tocavam na imagem. Esse tipo de beijo é uma demonstração de
amizade usada na Grécia até hoje.
O beijo de noivado garantia
direitos jurídicos
O beijo que selava o compromisso
de noivado surgiu na Roma Antiga e garantia à mulher os direitos
jurídicos determinados pelo Império. Além disso, transferia
legalmente a posse dos presentes de casamento para o casal – se a
celebração transcorresse sem beijos por algum motivo, eles teriam
de ser devolvidos.
Alguns povos morrem de nojo de
beijar
Beijar não é uma coisa que
agrada a todo mundo. A tribo dos thonga, na África do Sul, jamais
beija na boca e acha isso repulsivo. Outro povo de lá, os chewa,
fica enojado com a idéia de “engolir a saliva de outra pessoa”.
Muitos têm essa reação porque vêem a boca como a fonte da vida, o
local onde uma alma imortal habita – e essa alma pode se contaminar
facilmente se o dono não for cuidadoso. Há tribos nômades da
Etiópia que, embora considerem os lábios uma parte sensual do
corpo, não sentem vontade de colá-los em outros – até porque os
adornos enormes que eles usam dificultam isso.
Em certos lugares, o “beijo”
consiste em passar a mão nas axilas do companheiro
Enquanto há culturas em que as
pessoas não economizam beijos, há os que nem sequer usam os lábios
nas suas interações pessoais. Os polinésios, maoris e inuits
preferem usar os narizes. Os índios de uma tribo isolada no Equador,
os cayapas, simplesmente cheiram a mão dos amigos ao
cumprimentá-los. E pasme: o “beijo” de despedida de uma tribo da
Nova Guiné consiste em passar a mão na axila do companheiro e em
seguida esfregar o cheiro dele por todo o seu.
Os namorados arrancam sangue um do outro durante a prática em certas tribos
Enquanto alguns povos não são
nada beijoqueiros blasé, os casais das Ilhas Trobriand, no Pacífico
Sul, manifestam uma paixão violenta. Antropólogos observaram, em
1929, que eles passavam horas numa espécie de jogo selvagem: mordiam
os lábios um do outro até que sangrassem, davam dentadas nas
bochechas e abocanhavam nariz e queixo. Nessa hora, ouviam-se
expressões como “beba meu sangue” e “arranque meu cabelo”.
Eles ainda arrancavam os cílios dos parceiros a mordidas.
O ritual da beijação
Se existem aqueles que proíbem,
há povos que celebram a prática. Um povoado chamado Banjar Kaja
Sesetan, na Indonésia, faz um festival anual chamado Med-medan. Ao
som de um canto ritual, fileiras de moços e moças ficam frente a
frente, formando pares, e o primeiro da fila beija quem estiver na
sua frente até um ancião jogar água para separar o casal. Calma,
não é todo mundo beijando todo mundo. Quem se beijou primeiro vai
para o fim da fila e o ritual se repete até que todos os casais
tenham ocupado a primeira posição. O objetivo é proteger o lugar
de perigos inesperados e só os jovens podem participar.
No Brasil do século 18, a
demonstração de afeto era o beliscão
No século 18, em Portugal e,
muito provavelmente, também no Brasil, uma expressão de amor
bastante difundida era o beliscão. Entre os recém-conhecidos, era
de bom tom beliscar “de pincho”, aplicando levemente a torção
sobre a pele. Para os mais íntimos valia o beliscão “de
estorcegão”, também conhecido como “enérgico”. A moda era
tão forte que houve quem discutisse a necessidade de construir
divisórias no interior das igrejas para impedir beliscões durante a
missa. Os estudiosos desse gesto associam-no ao “namoro camponês”.
Beliscões, pisadas de pé e mútuos estalos de dedos consistiam em
rituais que simbolizavam a dura vida rural.
(Fonte: Artigo Publicado no Site da Revista Super Interessante em
21 de julho de 2010
- Jornalista: Ana
Carolina Prado)
a) Faça uma reflexão
sobre a construção cultural e os símbolos criados em torno do
beijo.
b) Quais semelhanças
e/ou diferenças vocês perceberam entre a história de Antonio
Barreto, a matéria, a música, as tirinhas e as fotos?
c) Considere a linguagem
predominante nos textos. Quais semelhanças e diferenças?
d) Compare os beijos de
antigamente com os atuais. Quais as semelhanças e diferenças do
comportamento humano?
e) De que forma o beijo
foi abordado nos diversos textos lidos por nós?
... propostas e
propostas de produção de texto...
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